06 novembro, 2006

A Bolsa explicada às crianças

Eu, que não percebo nada de economia, apesar do esforço que tenho feito, e ainda menos de finança, fico sempre um pouco confuso com as notícias regulares sobre o assunto.

Todos os dias, antes de sair de casa, o mais certo é levar com uma ligação da SIC notícias à Reuters, onde um presumível Jornalista e Entendido no assunto dos dá conta das flutuações dos mercados, e dos factos mais relevantes que os influenciam, ou assim ele diz.

Um dos índices que volta e meia são referidos é o “índice de confiança dos consumidores”. Todos os trimestres, ao que parece há umas pessoas que vão perguntar aos consumidores se se sentem confiantes. Nunca percebi muito bem que confiança era essa, presumo que seja qualquer coisa do género “acha que vai gastar muito dinheiro no próximo trimestre? Estou confiante que sim.” ou “Não”.

Ainda há uns tempos me lembro de ouvir no mesmo bloco de notícias que o índice dos consumidores andava em baixo, e que a companhia “Deutch qualquer coisa” iria despedir 30.000 cabeças, porque o índice dos consumidores estava em baixo.
Bem... se 30 000 consumidores se viram sem emprego imaginem o que isso fez aos níveis de confiança do trimestre seguinte.

Aliás, o simples anúncio de uma baixa de confiança dos consumidores parece ser suficiente para baixar a confiança de toda a gente.

E depois há aquela coisa dos mercados em alta e baixa. De uma forma geral, do que dá para perceber, um leigo deve assumir que uma bolsa em alta é bom, e que em baixa é pior. Por exemplo: ainda recentemente o famoso Dow Jones voltou aos níveis record de 2000. “Bravo!!! Ora Retoma lá! É do camandro!..”

Mas fazendo as contas e descontando inflações, e tal, chega-se à conclusão de que ainda está longe disso. Mas mais importante, num clima de alta dos combustíveis, estagnação da produtividade e geral arrefecimento dos mercados, uma subida de cotações significa simplesmente que os accionistas vão receber lucros tirados directamente do valor dos salários. E isso não deve ser nada bom para a confiança dos consumidores.

6 comentários:

luisnaves disse...

fina ironia, excelente post.

L. Rodrigues disse...

Obrigado,
E bem vindo.

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro L.Rodrigues:
Excelente "post", de facto. E sou eu um dos mandatados para aferir da confiança presente nesses índices. Razão pela qual indago da Sua disonibilidade para almoçar comigo e com o abandonado aniversariante de ontem na próxima semana. Os números dos consumidores confiantes na secção de hotelaria e restauração estão suspensos da resposta.
Abraço.

L. Rodrigues disse...

A minha disponibilidade é total, e totalmente contingente, por razões profissionais. Mas podemos agendar em princípio, acertando com mais precisão mais próximo da data.

redonda disse...

Proponho que como solução para a situação da economia se crie uma liga de consumidores confiantes que responderão sempre que estão confiantes...

L. Rodrigues disse...

Na verdade, D. Redonda, não sei se é boa ideia. Neste momento já vivemos uma crise de superprodução...