26 novembro, 2009

Ponto de Situação

Apenas para interessados.
Ontem terminei as 32 aulas de condução a que a lei obriga. O exame deve ser marcado para as próximas duas semanas. O mundo está a mudar.

25 novembro, 2009

O Clima do Clima

Nas vésperas da conferência de Copenhaga sobre alterações climáticas desencadeou-se um escândalo com base em e-mails captados por um hacker. A fazer fé na autenticidade dos mesmos, terá havido uns quantos cientistas, 3 ou 4, segundo li que viram boicotados os seus trabalhos e os seus dados, que tenderiam a ser críticos do que parece ser o consenso geral do IPCC.

Não investiguei o suficiente o assunto para ter uma opinião sobre a importância das suas opiniões ou conclusões. Mas como me parece que muito poucos dos que saltaram logo a falar da confirmação da fraude das mudanças climáticas o fizeram, não me vou inibir de mandar uns bitaites.

Uma das acusações que se fazem é que se está a obrigar a politicas publicas drásticas para tentar evitar uma ocorrência que tem "apenas" 25% de possibilidades de ocorrer. Nomeadamente a subida de 2°C de temperatura média por volta de 2100.

Os criticos consideram então, que com 75% de possibilidades de não acontecer vale mais não fazer nada (isto ignorando que para os 25% já se conta que se faça alguma coisa). São ferozmente contra taxas, regulação, intervenção de governos, politicas energéticas "verdes", etc.

2°C a mais pode significar o desencadear de reações em cadeia e um clima completamente fora de controlo. Significa o tal metro e meio de subida das águas, pode significar o aumento de acidez do oceano, afectando o fitoplancton responsável por 90% do O2 do planeta... e outras coisas em que prefiro não pensar.

Posto isto coloco a pergunta aos opositores de politicas drásticas de redução de gases com efeito de estufa: se lhes disserem que 1 em cada 4 pessoas que atravessa fora da passadeira morre atropelada, vão atravessar a rua onde? Se lhes disserem que o sinal que lhes apareceu na pele tem 25% de possibilidades de desenvolver um cancro, tiram logo o sinal, ou apostam nos 75% de possibilidades de não acontecer nada?

Estamos a brincar com coisas sérias, é o que é.


22 novembro, 2009

18 novembro, 2009

Pequena panaceia

Para a minha má consciência.


16 novembro, 2009

And now for something COMPLETELY different

Uma questão de pontuação

No Reino Unido, a Comissão Para o Desenvolvimento Sustentável publicou o seu relatório intitulado.

"Prosperidade sem Crescimento"

Onde traça linhas orientadoras para, enfim... o Desenvolvimento Sustentável.
O Governo Britânico aparentemente desconfortável com a ideia de que possa haver Prosperidade sem Crescimento, obrigou os autores a acrescentarem um ponto de interrogação ao relatório.

É assim que se vão fabricando os consensos.

(via, Ladrões de Bicicletas)

12 novembro, 2009

Mão de obra.

Entre contas de oficina e orçamentos de janelas que têm circulado entre amigos e conhecidos, assaltou-me esta dúvida.
Porque é que num país onde os salários são reconhecidamente baixos, a fatia reservada à mão de obra neste tipo de serviços parece sempre tão exorbitante?

Tenho uma hipótese: A fatia de leão do que se paga pela mão de obra não vai para quem trabalha.

09 novembro, 2009

O Muro

O muro lembra-me esta anedota, que creio se contava em russo no original.

De um russo para outro:

"Já viste? Tudo o que nos diziam do comunismo era mentira"
"Pois é.., mas o pior nem é isso..."
"Então?"
"O pior é que tudo o que nos diziam sobre o capitalismo era verdade."

O youtube tem destas coisas....

Puxa-se de uma canção do Paul Simon e vem outra atrás, de uma origem inesperada e que nos deixa embasbacados.

02 novembro, 2009

o mal

Com alguma frequência, dou por mim a defender o indefensável.

A ultima ocorrência ocorreu por esses blogues fora. Um comunista, presumo, tentava explicar que sim, que houve erros, mas que não se podia ignorar o que tinha acontecido na rússia, e depois na união soviética, em termos de progresso industrial e científico, de artes, de, inclusive, progresso social e outros. De facto a Rússia czarista não tinha nada que ver com o país que mais determinante foi na derrota do nazismo, nem com o que colocou satélites no espaço.

(antes que me alargue, um "disclaimer": não sou nem nunca fui um entendido neste assunto, não conheço mais do que os protagonistas mais salientes e algumas pinceladas muito grosseiras sobre os diversos periodos em que se poderá decompor a história do século 20 à luz da revolução de outubro)

Claro que para um crítico da "experiência soviética" nada disto conta. E criticos não faltaram àquele comunista. A sombra de Estaline paira demasiado escura. Qual buraco negro, suga qualquer luz que pudesse vir daquele periodo histórico.

Acontece que, frequentemente, muito frequentemente, e recentemente tivemos exemplos disso, os que condenam o comunismo, identificando-o exclusiva e totalmente com o estalinismo, são os mesmo que defendem, defenderam, que quando se fala da Igreja Católica, ou da religião em geral, temos que deixar de lado todas as atrocidades cometidas em seu nome, ou de um deus qualquer, para nos concentrarmos nos homens de bem, nos santos, no conforto que as pessoas encontram na religião, etc.

Por outro lado, uma rejeição do comunismo baseada no número de mortos causados pelos regimes por ele inspirados, não pode deixar de ser acompanhada de uma rejeição do capitalismo pelas mesmíssimas razões e ordens de grandeza. É uma história menos contada, mas também está aí para quem quiser. Mas poucos querem fazer as duas críticas, ficando cada um do seu lado da trincheira.

Para mim, isto são dois pesos e duas medidas. E sobretudo ofusca a verdadeira causa do mal.

O comunismo não mata. Tenho para mim que o que mata é o autoritarismo. Mata em regimes comunistas, em regimes fascistas, mata em democracias, mata na Terra Santa e no Cambodja. Matou nas fogueiras da Inquisição, e nos Gulags da Sibéria antes e depois de 1917. O autoritarismo é o que torna o diferente abominável e a dissidência criminosa. É o que motiva multidões cegas de fúria, e legitima os carrascos e a desumanização das suas vitimas.

Podemos discutir se o autoritarismo é intrínseco ao comunismo, se este não pode existir sem aquele, da mesma forma que o é ao fascismo. Não tenho a certeza de que seja, já que por esse mundo fora também inspirou movimentos cuja bandeira foi sobretudo a liberdade, contra ditaduras tão sanguinárias como a de Estaline mas que estavam do lado oposto do espectro político. Mas reafirmo a minha incapacidade para debater profundamente todas as possibilidades abertas por este campo de ideias, e a sua adequação a contextos específicos ou genéricos da experiência humana.

Talvez estejam condenadas a serem o Papão, que mete as crianças na ordem.
Mas às vezes parece que, se não for o medo do Papão, as crianças recusam a sopa e não crescem.