06 março, 2009

A sabedoria perdida



Gosto do que este senhor diz. Acho que é uma coisa que alguns, apesar de tudo, bem intencionados tecnocratas deviam ouvir. E nós também.

5 comentários:

CS disse...

Bem intencionados até podem ser. Mas também desonestos intelectualmente alguns. Usando nomes que não suportam a tese que eles defendem. Mas deixo ao seu critério:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/verdades-e-mentiras-sobre-as-causas-da.html

José, o Alfredo disse...

Completamente a despropósito: encontrei o nome daquela coisa (defeito, disfunção, doença) de que falámos, a incapacidade de reconhecer uma face que nos é familiar. Chama-se prosopagnosia.

Diz que há uma história de um tal de Oliver Sacks, 'The Man Who Mistook His Wife for a Hat', que deve ter a sua piada. É a história de um músico prosopagnóstico (?), que não só é incapaz de reconhecer faces como toma por tal os mais variados objectos. Belo dia dirige-se à mulher, pega-lhe na cabeça e tenta separá-la para a colocar na sua própria cabeça, pois o que ele vê ali é um chapéu.

O reconhecimento da face e o dos objectos processam-se em hemisférios distintos do cérebro (fuças no direito, coisas no esquerdo). Um tipo com agnosia para objectos (lesão na tal zona do hemisfério esquerdo que lhe dificulta ou impede o reconhecimento de objectos) perde muito do que se vai por aí fazendo com o photoshop, sendo perfeitamente capaz de reconhecer um rosto formado por frutos e hortaliças, por exemplo, mas totalmente incapaz de reconhecer as maçã ou as cenouras que o compõem.

E era isto. Achei que podias achar algum interesse, mas não sei porquê não me pareceu assunto apropriado para um mail, e muito menos para um telefonema, por isso fica aqui. E um abraço também.

L. Rodrigues disse...

Grandessíssimo abraço, José.
Cumprimentos aqui da margem esquerda... onde os colonatos quatro dê não param de avançar.

L. Rodrigues disse...

O Oliver Sacks é o do "Awakenings" com o Robin Williams, se viste e te lembras. "The man HWo mistook His wife for a hat" deu uma ópera e um filme, com música do Michael Nyeman.

José, o Alfredo disse...

Não vi nem sabia nada disso. Quer dizer, sabia da parte que menos interessa, que é a do avanço dos colonatos e da aparente inevitabilidade do declínio das forças do bem, mas nem da existência do Sacks, nem do filme, nem da ópera... A leste do paraíso, é o que eu tenho andado de há uns bons anos a esta parte. Agora, nestes últimos dias, tenho-me actualizado um pedacito. Assim de enfiada, papei o Gomorra, o Wrestler, o Body of Lies e o Rapaz do Pijama às Riscas, e pelo meio fui lendos uma coisas interessantes (outras nem tanto), como p. ex. um livro de ensaios do João Lobo Antunes (para o irmão já não há pachorra), onde esbarrei nos tais dos prosopagnósticos. E também ando a poupar ainda mais nos almoços, o que, tudo junto, faz de mim um homem enriquecido em mais que um aspecto.