Na semana que passou foi apresentada a Estratégia Europeia de Energia que pretende, na sua folha de intenções figuram em destaque a redução de emissões de CO2 em 20% para um futuro imediato, tendente a atingir menos 30 % em 2012.
Qual o principal instrumento para atingir este objectivo? Um mercado único e livre de energia para toda a Europa. Ou seja, estamos tramados.
As energias renováveis não vão ser favorecidas neste quadro, as fontes de energia poluentes não vão ser confrontadas com mecanismo de internalização das externalidades. Ou seja, não vão pagar os seus custos ambientais. Assim, num mercado livre, a curto e médio prazo (o âmbito dos objectivos propostos), os eventuais novos produtores privados de energia vão virar-se para o que ainda é mais barato, gás natural e carvão.
Uma verdadeira estratégia de redução de emissões colocaria desde já uma paragem na construção de novas centrais produtoras com base em combustíveis fósseis, o que não se prevê.
Por outro lado insiste-se no argumento do preço mais competitivo aparecer naturalmente num mercado livre, mas se olharmos para os preços por essa Europa fora, vemos que isso está longe de ser uma relação directa. Pelo contrário, os mercados mais livres tendem a ser os mais caros.
Ao que parece, a ideia de mercado livre que vai sendo promovida pretende simplesmente colocar nas mãos de privados algo que é estratégico para qualquer país, ou para a UE, com o desmantelamento dos operadores nacionais que garantem reservas, produção e distribuição. Isto, sem qualquer intenção de uma aposta verdadeiramente libertadora do mercado, que seria o incentivo da micro-produção de renováveis, nas suas mais diversas formas.
Mas isso seria tirar o pão da boca de demasiados tubarões, não é?
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