Elisabeth Warren é professora de direito comercial em Harvard, e actualmente a presidente da comissão de fiscalização do TARP (o programa de ajuda aos bancos americanos).
Nesta palestra de 2007 traça um retrato claríssimo do que aconteceu às familias americanas nos ultimos 40 anos. Em geral os dados comparativos são entre 1970 e 2005.
Alguns dados interessantes:
Em 1970 as familias americanas confiavam que uma educação de liceu era o suficiente para integrar a classe média.
Hoje acreditam que é preciso um curso superior.
(os que discordam são inferiores em número aos que acreditam que a ida do homem à lua foi uma encenação)
O corolário disto é que em 1970, para fazer parte da classe média bastava ser um cidadão americano. A educação gratuita dos 12 anos de liceu bastava.
Hoje para fazer parte da classe média é preciso pagar. E bem.
Numa adenda, hoje recomenda-se que esse caminho de sucesso comece antes da escola, na pre-escola. Resultado: os dois primeiros anos de educação, na área de Chicago, custam tanto como dois anos na universidade.
A palestra desmonta o mito de que foi o excesso de consumismo que levou as familias à falência. As despesas com bens de consumo pouco mudaram em 40 anos, no essencial. As grandes diferenças colocam-se nos custos das casas e nos custos da saúde. Bens que as familias têm muito menos flexibilidade para influenciar. (Pode-se cortar nas idas ao cinema, ou ao restaurante, na roupa ou nos DVDs, mas na saude e na casa?)
Hoje em dia, nos EUA, há mais crianças em familias em risco de falência do que em risco de divórcio. E por aí fora...
É um retrato americano, é certo. Mas o ponto de partida é familiar: porque é que dantes uma familia conseguia viver bem com um ordenado, e hoje em dia mal consegue viver com dois? Muitas das respostas que estão ali, talvez se apliquem cá, também.
02 julho, 2009
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1 comentário:
Acho que tens um "talvez" a mais na última frase, L.
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