Sugeriram-me que falasse dos acontecimentos no Médio Oriente. Confesso que tenho alguma dificuldade. Não sei que imagens me suscitam mais revolta. Se os filhos do Hezbollah, vestidos de camuflado se as meninas israelitas que escrevem mensagens nas bombas que os vão matar. Nestas coisas é dificil tomar partido ou fazer análises frias.
O que suspeito é que estamos a assistir a uma coisa bem mais perversa: a estratégia republicana para ganhar as próximas eleições para o Congresso.
Na cadeia Fox News, o orgão não oficial da administração Bush, já só se fala de Terceira Guerra Mundial. Está então definido o tema que vai tentar eclipsar o fiasco Iraquiano, o fiasco da resposta ao Katrina, o fiasco que é Bush. Quem pode resistir a este argumento? Numa Guerra Mundial de que lado queremos estar?
Mesmo que estejam a chamar mundial a ataques, pelos seus aliados, de uma Superpotência cuja integridade territorial e política nunca esteve em causa.
Por outro lado vem aí a época dos furacões. O futuro é de facto incerto.
18 julho, 2006
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5 comentários:
Já pensaste na possibilidade de existir uma estratégia tão perversa quanto essa, mas do outro lado? O Irão e a Síria podem parar com aquilo, mas não o fazem. A um interessa-lhe eclipsar a tensão gerada pelo programa nuclear e adiar a resolução do Conselho de Segurança; a outro a oportunidade de (eclipsadamente) voltar ao Líbano. Israel, ao responder desta maneira, apenas serviu melhor e mais rapidamente esses interesses.
O Irão e a Síria podem parar com o quê, exactamente? Quem é que tem a iniciativa? Porque é que Condi Rice disse que iria lá para pôr termo aquilo, mas apenas quando fosse adequado?
Meu Caro L.Rodrigues:
Não creio que a Administração Bush tenha maquinado o que quer que seja, mas que vai aproveitar-se, não tenha dúvida. Os Democratas estavam muito confiantes de que iriam retomar as duas câmaras do Congresso. Duvido, com este ambiente, de que ganhem lugares no Senado, correndo o risco, até, de perdê-los. Na Câmara dos Representantes já não sei muito bem, mas prevejo que, podendo conquistar alguns assentos, ficarão, contudo, aquém da maioria.
Abraço.
O Irão e a Síria controlam o Hezbollah, podem acelerar um cessar-fogo, levá-los a entregar os soldados raptados, evitar mais vítimas e destruição... Não estou a defender israelitas ou americanos, só acho que olhar apenas nessa direcção deixa uma visão incompleta.
Não tenho a certeza de que a Síria e o Irão controlem o Hezbollah.
http://www.studien-von-zeitfragen.de/Uri_Avnery/Lebanon_War_II/lebanon_war_ii.html
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