19 agosto, 2009

E se a gente quer ser cá do Malthus, tem de beber este copo até ao fim

Ok, o título é parvo mas o assunto é sério.

Se houve coisa que sempre me fez confusão foi a paranóia do "envelhecimento da população" e das "fracas taxas de natalidade". Sempre me disse o senso comum que quantos menos formos mais há para todos, além de que o problema costumava ser a explosão populacional, quando eu andava no liceu. Por outro lado, o crescimento infinito da população num mundo que não estica parecia-me uma proposição absurda.

Hoje em dia estou convencido de que esta paranóia é alimentada por dois tipos de pessoas que por vezes são as mesmas. Os que têm medo que daqui a uns tempos "os seus" sejam menos dos que "os outros" (os de pele mais escura... para generalizar) e os que beneficiam de mão de obra barata e da competição, em geral, entre os que têm que vender o seu trabalho.

A história da falência do estado social por haver menos gente a trabalhar do que a receber reformas para mim também não colhe, porque seria sempre uma questão temporária que se resolvia numa geração. Ou seja, numa forma bruta, quando o excedente de idosos naturalmente morrer. Depois haveria um novo equilibrio, com uma população menor.

Este artigo foca-se na questão da imigração, e tira conclusões que considero questionáveis (a história de gastar mais com os idosos, e portanto achar desejável retardar as idades de reforma), mas coloca a questão certa:


Is population growth a Ponzi scheme?

1 comentário:

hm disse...

interessante.
é incrivel que ninguém reflicta um pouco sobre o mais óbvio.. as restrições desumanas à imigração que convivem com a paranoia dos estimulos monetários á procriação.