21 agosto, 2009

19 agosto, 2009

E se a gente quer ser cá do Malthus, tem de beber este copo até ao fim

Ok, o título é parvo mas o assunto é sério.

Se houve coisa que sempre me fez confusão foi a paranóia do "envelhecimento da população" e das "fracas taxas de natalidade". Sempre me disse o senso comum que quantos menos formos mais há para todos, além de que o problema costumava ser a explosão populacional, quando eu andava no liceu. Por outro lado, o crescimento infinito da população num mundo que não estica parecia-me uma proposição absurda.

Hoje em dia estou convencido de que esta paranóia é alimentada por dois tipos de pessoas que por vezes são as mesmas. Os que têm medo que daqui a uns tempos "os seus" sejam menos dos que "os outros" (os de pele mais escura... para generalizar) e os que beneficiam de mão de obra barata e da competição, em geral, entre os que têm que vender o seu trabalho.

A história da falência do estado social por haver menos gente a trabalhar do que a receber reformas para mim também não colhe, porque seria sempre uma questão temporária que se resolvia numa geração. Ou seja, numa forma bruta, quando o excedente de idosos naturalmente morrer. Depois haveria um novo equilibrio, com uma população menor.

Este artigo foca-se na questão da imigração, e tira conclusões que considero questionáveis (a história de gastar mais com os idosos, e portanto achar desejável retardar as idades de reforma), mas coloca a questão certa:


Is population growth a Ponzi scheme?

18 agosto, 2009

A Grande Batalha

Nos Estados Unidos trava-se, quanto a mim, uma luta cujo desfecho poderá ter uma importância política imensa, com repercussões mundiais. Alguns dos intervenientes têm consciência disso e usam todas as armas (de destruição massiva, bombas sujas incluídas). Trata-se para os mais desatentos da reforma do sistema de saúde.

O lado republicano tenta usar as mesmas tácticas que foram tão bem sucedidas contra Clinton, em 1993. Sabem que perder esta luta, e permitir que um sistema que não funciona com base no lucro e é controlado pelo governo tenha sucesso, é comprometer o seu futuro político por muitas gerações. É essa a base da sua ideologia: mercados livres, individualismo, governo mínimo (tirando quando se trata de fazer a guerra).

Entretanto vozes como as de Wendell Potter dão o seu contributo. Um ex-director de comunicação de uma Seguradora da área da Saúde, teve o seu golpe de coração quando viu Sicko de Michael Moore e foi obrigado a desmentir o que sabia ser verdade, e também quando resolveu visitar num dia de chuva uma "expedição de saúde".
As expedições de saúde são iniciativas de médicos e associações de solidariedade que montam tenda em municipios onde há carências de saúde, e providenciam o que podem a longas filas de destituidos. A visão de uma América onde cidadãos esperam à chuva por uma consulta que lhe será dada num abrigo para animais ainda lhe dá um nó na garganta e a motivação para lutar pela causa que entretanto abraçou. Traz consigo um conhecimento profundo dos seus oponentes de quem foi aliado ou peão. Para partilhar esse conhecimento vale a pena ler esta entrevista.

12 agosto, 2009

Coisas estranhas-2

Isto deve ser o que acontece quando se lava um violoncelo sem seguir as instruções do fabricante:

Coisas estranhas

Como um artista "new age" (potencial xaropada) pode pegar numa xaropada, juntar a outra xaropada, e fazer, ainda assim, um xarope. Mas que até se engole com facilidade, pelo menos até eles abrirem a boca.

Cá para mim, deve ser dos instrumentos. Quando se tem uma bela voz, até a lista telefónica soa bem. É o caso do piano e do violoncelo, provavelmente.

10 agosto, 2009

Excepção

Normalmente não comento política nacional, mas hoje vi uma coisa que me tirou do sério.
Era mais um dos cartazes do CDS, todos de fino recorte demagógico, que questionava desta vez:

"Rendimento mínimo para quem não quer trabalhar?", ou coisa parecida, e depois mencionava a palavra justiça.

Isto suscitou-me logo uma grande revolta. Eu conheço uma data de gente, a começar por mim próprio, que não quer trabalhar mas mesmo assim trabalha. E considero que tudo o que me paguem para compensar essa violência é pouco.

Além disso, fiquei a pensar na injustiça de não poucos, provavelmente muitos afiliados do dito CDS que têm rendimentos máximos, sem nunca terem feito puto na vida. E que isso será também injusto.

E que pensar dos rendimentos dos que trabalham mal, como é reconhecido normalmente por quem analisa a nossa classe empresarial?

E fico por aqui. Agora vou chupar uma pastilha para a garganta, o que não tem nada que ver com este post, mas tem algo que ver com o de baixo.

07 agosto, 2009

Às vezes tenho a impressão

De que se não for eu a lembrar que existiu uma banda chamada Neutral Milk Hotel, liderada por este senhor, mais ninguém o faz.



Tenho que ver o efeito sobre os meus vizinhos de cantar isto. Será que chamam a polícia para me acudir ou para me prender?

Más notícias

Para todos os que deixaram de ser teenagers nos anos 80.
Morreu John Hughes.

Fica aqui uma homenagem lateral:


Creio que a Molly Ringwald está bem de saúde, mas não garanto.