29 maio, 2008
28 maio, 2008
Plágio descarado e repetido
acho que é a segunda vez que estou a roubar esta*:
Regras para as relações de trabalho e repartição da riqueza ao longo dos ciclos económicos segundo o consenso económico vigente:
— Quando as coisas estão a melhorar, não se deve colocar em causa o movimento ascendente da economia.
— Quando as coisas estão a correr bem, não se deve causar a desaceleração da economia.
— Quando as coisas estão a piorar, não se deve tornar as coisas ainda piores.
— Quando as coisas estão realmente mal, é a altura de fazer “reformas” e flexibilizar o mercado de trabalho, já que os trabalhadores não estarão em posição de resistir.
Corolário: Num ciclo económico completo nunca há uma boa altura para partilhar a riqueza com quem trabalha.
*Mas nunca é demais e eles não se chateiam.
27 maio, 2008
Sem querer ser demasiado chato
The Impact of Inequality: How to Make Sick Societies Healthier
by Richard G. Wilkinson
Uma obra de um epidemologista que procura descortinar o impacto das desigualdades económicas na saúde pública.
Como ele proprio afirma: não é uma diatribe moral sobre desigualdade mas um estudo empírico sobre os seus efeitos.
Neste link dá para ler uns bons pedaços.
Números avulso
Total de bónus a atribuir a financeiros da City londrina relativos a 2007: 12.6 biliões de libras.
Buraco no sistema financeiro inglês devido à crise: 15 biliões de libras.
Será a isto que se chamam jogos de soma zero?
26 maio, 2008
Fair Play
Durante a era Michael Jordan fui um razoavelmente fanático seguidor da NBA. Ao que sei, poder-se-iam tirar do modelo organizacional da competição algumas ilações interessantes. Tudo é feito em nome do espectáculo, sabendo que apenas um espectáculo de elevado nível mantém os pavilhões cheios e as estações de tv interessadas.
“A igualdade é uma coisa nobre, de que até os Evangelhos falam mas como houve uns chineses ou uns russos que fizeram umas atrocidades, há a liberdade que é mais importante e pronto”.
(Nunca lhes ocorre no mesmo parágrafo lembrar o que Hitler fez em nome da desigualdade, vá-se lá saber porquê.)
Afinal, são capitalistas insuspeitos, mas reconhecem que se um vencedor se apanhar numa posição de vantagem, é muito difícil tirá-lo de lá, se não houver regras mínimas de redistribuição de vantagens, e às tantas a competição deixa de ser… como direi… justa?
21 maio, 2008
O caminho da podridão
depois, polícias do mundo,
agora, cães de fila de outros...
o que virá a seguir?
16 maio, 2008
Muita força por pouco dinheiro
O estudo que referi no texto publicado no Corta-fitas continha o seguinte parágrafo relativo aos seus pressupostos e conclusões.
Perante sinais de iniquidade, surge a insatisfação, desanimo, revolta, fúria, toda uma gama de sentimentos e sinais que nas sociedades originais serviria para colocar em cheque os elementos “abusadores”, gerando culpa, arrependimento, medo etc. Numa empresa moderna a suprema distância entre accionista e trabalhador impede esse regulador social natural que é o confronto de emoções. É assim que é tão fácil instalar-se a pouca vergonha.
Por essa Europa fora levantam-se vozes questionando a iniquidade dos rendimentos de gestores, que mantendo os seus trabalhadores com salários congelados anos a fio, não hesitam em aumentar-se regularmente e compensar-se com chorudos bónus, e ainda dar-se as mais chorudas compensações quando são despedidos mesmo que por incompetência.
Ninguém diz que quem está no topo não deva receber mais do que os que estão na base de uma hierarquia de responsabilidades, (e assumo aqui que o investimento pessoal de um operário não é necessariamente diferente do de um gestor) mas dificilmente se justifica que as coisas corram tão mal para uns quando correm tão bem para outros.
Não faltam as vozes que dizem que ninguém tem nada com isso, cada empresa sabe de si. Alguns ainda concedem que é bom ver o que se passa, porque se está a defraudar o accionista. E ficam-se por aí.
Mas será realmente comparável o esforço de um accionista que dedica 10 minutos por semana a gerir a sua carteira de investimentos ao do operário que entrega toda uma vida ao seu trabalho? A mim parece-me que não.
O patrão da Porsche está comigo. Os macacos capuchinhos, apostaria que também.
15 maio, 2008
12 maio, 2008
Outsourced
Uma pequena macacada que no entanto me despertou uma reflexão reflexa, à qual darei espaço aqui em breve.
04 maio, 2008
02 maio, 2008
Exmo. Sr. Presidente e Terrorista
Esta notícia é interessante de diversos ângulos.
Por um lado, podemos rir da sempre eterna inércia das burocracias, que periodicamente criam casos caricatos. Por outro, temos o facto de que o terrorista de uns é o heroi de outros, segundo se diz. Mas também se consta que, com o tempo, o terrorista de um se torna o herói do mesmo.
E vice-versa.