23 janeiro, 2008

Sei lá...

Sei que o título já foi usado num livro de grande tiragem mas este post não tem nada que ver com isso. Apenas me lembrei de ficar irritado com o meu professor de história do 9º ano.

Não é que na altura nós tivemos que explicar num exame as causas e consequências do "crash" da bolsa de Nova Iorque em 1929?

Hoje, ao ler as notícias sobre a corrente crise financeira e todas as referências ao acontecimento de então, concluo que a única resposta honesta seria: "não sei, e não acredito que o professor saiba".
Se não, como explicar que ainda hoje tanto especialista tenha opiniões tão diferentes sobre o assunto?

Quanto aos acontecimentos correntes, há um certo consenso de que ainda vai piorar. Mas como alguém escreve muito bem, a economia não é só a Bolsa. Se as acções caem é porque o preço delas estava empolado. É o mercado a funcionar, não? No meu fraco entendimento destas coisas, uma Bolsa só é uma instituição económica válida se nela for possível encontrar preços reais e transparentes. A bolsa estar em alta, só por si, não é necessariamente bom. Gato por lebre, anyone?

5 comentários:

CPrice disse...

old black tuesday .. e a ainda mais "old" "lei" da procura e da oferta ..

digo eu .. que de gata tenho pouco (risos)

Anónimo disse...

Não sou um especialista e num entendimento que não é mais forte que o teu, a Bolsa não é, ou não nasceu, como um local de especulação. O valor das empresas cotadas é avaliado segundo critérios e cálculos rigorosos, ou seja, transparentemente. E as flutuações estão associadas à performance dessas empresas ou a indicadores correspondentes à visão e perspectivas futuras de evolução e criação de riqueza. Aqui estamos de acordo. Mas, meu caro l., há uma coisa complexa que se chama mercado e que, no caso da Bolsa, pode depender tão só da vontade e capacidade de um só indivíduo. O que é um preço real numa economia liberal? O preço que está definido ou o que eu quero e posso pagar? Resultado: para alguns passou a estar empolado, para outros estava baixo, apetecível e criou uma nova oportunidade de investimento. Resolves pôr o teu apartamento à venda; fazes as tuas contas, avalias o valor de acordo com determinados critérios (área, acabamentos, local, acessos, etc.) e fixas um preço. Queres 500.000 € por ele e as pessoas com quem te aconselhaste dizem-te “ele vale isso”. Qual é o valor real dele? Aquele que o comprador te oferecer e tu aceitares. Mas eu, que soube que havia vários interessados, resolvo fechar negócio contigo por 600.000 € (e tu contente). Alguns dirão que o preço passou a estar empolado... até saberem o que eu sabia e e eles não. É que eu tinha um comprador que um mês depois mo comprou por 800.000 €. Porquê? Sei lá. Ele lá saberá e dir-me-à se eu lhe perguntar “sr. Mike, o segredo é a alma do negócio”. Já escrevi demais. ;)
Abraço.

L. Rodrigues disse...

O teu exemplo é clássico, e como tal desajustado da realidade :).

Tu não és ingénuo e sabes bem que as bolsas são hoje em dia um casino. Onde um tipo com habilidade recursos pode fazer o sistema funcionar a seu favor.

Mas neste caso, a falta de transparência vinha até de trás, de outro mercado, o dos fundos de investimento. Profundamente liberalizado.

Anónimo disse...

Irra... que não te queria como patrão. Tem que fazer assim, tem que se vestir assado, tem que dizer cozido... Percebi-te l. e vá lá, desta vez estamos de acordo. :)

José, o Alfredo disse...

Dá ideia que houve uns putos que fizeram batota a jogar Monopólio, o que nem sequer é fácil, e depois foram avacalhar a Bolsa. Exigia-se um craque do Cluedo para resolver a situação. Ou então que fossem brincar com outra coisa.