Depois de ouvir uma palestra do físico David Deutsch decidi rasgar o meu cartão de optimista militante. Sou um mero amador.
Antes de mais um pouco de contexto. Falava-se da capacidade rara que se desenvolveu neste cantinho do universo de conhecer a existência. A Terra, connosco nela, apresenta condições raras de concentração de quase tudo o que há no universo.
Não estamos num lugar típico do universo. Como Deutsch sublinha, um lugar tipico no Universo, é quase completamente desprovido de luz, 3 graus acima do zero absoluto, e com um vácuo 1 milhão de vezes maior do que conseguimos criar na Terra com toda a tecnologia actual. Se a estrela mais próxima desse lugar se tranformasse em Supernova, não a conseguiríamos ver, de tão longe que estaria.
No entanto, para ele, o que distingue mais fundamentalmente a Terra de um lugar típico do universo é o conhecimento. Se nós fossemos áquele sítio com o conhecimento suficiente, poderiamos usar o hidrogénio residual para criar outros elementos e construir por exemplo, uma base intergaláctica. Os recursos são muitos, até lá num vácuo quase absoluto.
Quando ele aplica esta forma de pensar a problemas concretos como, por exemplo, ao aquecimento global, salienta que há coisas que não podemos prevenir, e portanto são problemas para resolver. É, diz ele, legítimo pensar em reduzir a emissão de CO2, mas o esforço deveria estar em pensar em, por exemplo aumentar a absorção de CO2 pelos microorganismos, ou em criar um escudo reflector da luz solar em volta da Terra.
Ele avança com este lema:
"Problems are soluble. Problems are inevitable."
Teoricamente, sim.
Na prática, estaremos lixados se ficarmos à espera.
Ele nessa mesma palestra refere que bastaria uma estrela a alguns anos luz de nós transformar-se em Supernova para fritarmos todos. Gostaria de saber como resolveria ele esse problema...
14 setembro, 2006
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2 comentários:
Meu Caro L. Rodrigues:
só seria um problema no lapso que mediasse entre a percepçãp do facto e a concretização da consequência dele. Como não é crível que semelhante hiato permitisse grandes equações, a solução acompanhava o enunciado, logo inexistia o problema.
Quanto ao resto, chamaria a atenção para a ambivalência do termo «típico». Não o seremos sob o conteúdo semântico "maioritário", "predominante", ou até "médio". Mas somos tal - e convém que o continuemos a ser - do ponto de vista turístico. Sinal de que ainda temos algo a preservar e que convém tentar não estragar.
Nos dias que correm é um consolo.
Abraço.
Pois, como diz o povo, o que não tem remédio, remediado está.
Abraço
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