07 agosto, 2008
06 agosto, 2008
01 agosto, 2008
Beijing Round
Nos finais do século XIX um embaixador inglês apresentou-se perante o imperador da China para propor um acordo comercial.
Ficou famosa a resposta do imperador "Volte para casa, jovem. Vocês não têm nada que nós queiramos".
À época, a China era a maior potência económica do mundo. O comércio com a Europa representaria talvez um décimo de todo o comércio que se fazia na Ásia, de acordo com Andre Gunder Frank. Era ali o centro do mundo, apesar do que o nosso ponto de vista possa querer dizer.
Mesmo aqueles 10% apenas foram conseguidos por via do ouro e prata apropriados no Novo Mundo. A Europa era, para todos os efeitos, pobre.
Depois o equilíbrio mudou. As causas do declínio da China são matéria de disputa: os advogados do mercado livre consideram que foi o acto do imperador que ditou a derrocada. Outros, que me sabem melhor ao intelecto, confesso, apontam para uma crise ambiental, e depois social e política na China,motivada inicialmente pelo desvio de importantes porções de terra arável, que antes eram destinadas a alimentar a população, para "cash crops" destinadas à exportação, nomeadamente chá e seda.
200 e tal anos depois, há sinais de que o ciclo se esteja a inverter. Com o desenvolvimento da China e Índia, com a sua capacidade tecnológica, e a sua capacidade actual de competir pelos recursos naturais, que como se sabe não estão na Europa, China e Índia (e Brasil, também um pouco) terão dito aos "nossos" representantes na ronda de Doha:
Não têm nada que nós queiramos.
.
Ficou famosa a resposta do imperador "Volte para casa, jovem. Vocês não têm nada que nós queiramos".
À época, a China era a maior potência económica do mundo. O comércio com a Europa representaria talvez um décimo de todo o comércio que se fazia na Ásia, de acordo com Andre Gunder Frank. Era ali o centro do mundo, apesar do que o nosso ponto de vista possa querer dizer.
Mesmo aqueles 10% apenas foram conseguidos por via do ouro e prata apropriados no Novo Mundo. A Europa era, para todos os efeitos, pobre.
Depois o equilíbrio mudou. As causas do declínio da China são matéria de disputa: os advogados do mercado livre consideram que foi o acto do imperador que ditou a derrocada. Outros, que me sabem melhor ao intelecto, confesso, apontam para uma crise ambiental, e depois social e política na China,motivada inicialmente pelo desvio de importantes porções de terra arável, que antes eram destinadas a alimentar a população, para "cash crops" destinadas à exportação, nomeadamente chá e seda.
200 e tal anos depois, há sinais de que o ciclo se esteja a inverter. Com o desenvolvimento da China e Índia, com a sua capacidade tecnológica, e a sua capacidade actual de competir pelos recursos naturais, que como se sabe não estão na Europa, China e Índia (e Brasil, também um pouco) terão dito aos "nossos" representantes na ronda de Doha:
Não têm nada que nós queiramos.
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