12 outubro, 2007

A desigualdade em perspectiva

Ezra Klein fez este exercício para a realidade americana. Como a nossa desigualdade tem mais em comum com esta, do que com os números médios europeus, dá-me ideia de que isto pode ser relevante.

"if you took a representative 100 Americans and split $5 of income between them, here's how it would look: One guy would get $1.06, forcing the other 99 to split the remaining $3.94, while the bottom 50 would split 64 cents among themselves. The leftover $3.30 would be divided up among the remaining 49 folks"

1,06 + 3,30/49+0.64/50

5 comentários:

Anónimo disse...

Vais ver que esse pessoal é melhor a fazer contas de subtrair do que de dividir... acho que é essa a explicação... ou será outra? ;) Há sempre a hipótese de os mandar de volta para a primária para aprenderem o básico... o básico, aquele básico fundamental e essencial que nunca deveriam esquecer...

Anónimo disse...

... e sim, nós também temos dificuldades nas contas de dividir só que os números são menores, com menos algarismos... olha uma probreza franciscana...

Anónimo disse...

Há anos que tento desafiar os defensores da desigualdade a definir limites. Sem resultado. Mesmo concedendo que a desigualdade pode ser útil na medida em que estimula o mérito, há uma série de perguntas em relação às quais nunca consigo obter resposta.

Por exemplo: haverá um nível de desigualdade a partir do qual ela deixe de ser útil? E um nível a partir do qual ela passe a ser contraproducente? Como devem as sociedades lidar com as desigualdades políticas decorrentes das desigualdades económicas?

Quem fizer estas perguntas a um neoliberal depressa se dará conta de que um ser humano pode ser bem mais escorregadio que uma enguia.

Por vezes, em certos blogues mais extremistas, vejo um ou outro post que parece indicar que para o seu autor não há limite: quanto mais desigualdade, melhor. Pergunto a mim mesmo que espécie de psicopata pode defender desigualdades como as que se verificam no mundo real, e chego à conclusão que o que eles defendem não é tanto a desigualdade existente como uma espécie de ideal desigualitário que evitam cuidadosamente quantificar.

L. Rodrigues disse...

"Mesmo concedendo que a desigualdade pode ser útil na medida em que estimula o mérito"

Mesmo esta vantagem é questionável, já que o que assistimos é à hereditariedade do poder. Vários indicadores apontam para, por exemplo, menores indices de mobilidade social na sociedade americana do que nas europeias.

Anónimo disse...

Tem toda a razão. Uma coisa que me fascina na direita neoliberal é isto mesmo: um liberal puro e duro seria a favor duma taxa de 100% nos impostos sucessórios enquanto que um conservador puro e duro seria a favor duma taxa de 0%. As coisas complicam-se quando os liberais são conservadores.