02 outubro, 2007

Espantalhos

Ao que parece, um estudo aponta para um curioso comportamente de alguns corvídeos. Provavelmente aquelas aves a que chamamos gralhas. Estas têm por hábito manter esconderijos com comida e outros objectos que apanham. Alguns espécimes, se notam a presença de outras gralhas quando estão a guardar coisas, mudam-nas de local, para outro fora de olhares indiscretos.
Dir-se-ia que há ali uma capacidade de ler intenções?
De qualquer modo, o referido estudo terá detectado um padrão ainda mais interessante. Os pássaros mais desconfiados são simultaneamente os que têm mais tendência a assaltar
os esconderijos de outros.

Gostaria de ter acesso mais directo a este estudo. Enquanto tal não acontece, fica a referência onde li isto. Um desabafo (como se traduz "rant"?) de Colman, do Eurotrib, sobre o que se passa na cabeça de quem vê inimigos em todo o lado. Fica aqui um aperitivo:

"In his extended jaw-drop at the stupidity of the Western™ elite Jérôme seems to be having trouble understanding why they’re so terrified of the world. Allow me to offer an explanation: they’re lying, thieving, fundamentally uncivilised scum who are terrified that everyone else is just as small-minded and selfish as them."

5 comentários:

Anónimo disse...

... hum... de repente pensei que te estivesses a referir ao comportamento de algumas pessoas... afinal é de algumas gralhas... ;)
Ajuda-te à tradução de rant?: A rant is a widespread and distinctive phenomenon of emotional speech or writing in the form of a series of complaints or attacks, about a topic of interest, many times political in nature. Rarely, rants express great praise, defending an idea or a person from attack.

L. Rodrigues disse...

Desabafo não é das piores opções, então...

Anónimo disse...

Não sejas humilde... é a melhor opção, direi eu...

A disse...

"A capacidade de ler intenções" que referes, presumo que se chame de intuição. A intuição é a capacidade que a memória tem de produzir uma informação que se baseia em dados emotivos e racionais, de ordem genética e/ou adquirida, e que servem a espécie para o fundamento da sobrevivência. Perante um perigo, sentimos a normalidade registada do medo,e, ou fugimos ou enfrentamos da melhor forma que soubermos. Por isso erramos e por isso teremos (ou não) o bom senso (e a falta de medo também) de o assumirmos, esclarecermos e evoluirmos. Caso contrário, seremos primários seres como a gralha, moralistas condenadores, e ninguém ainda nos deu esse completo direito, nem vai dar. É preciso muito cuidado e meiguice. E humildade sim.A gralha não é menos, neste caso, do que tu, eu, nós todos. Quem tem a garantia absoluta de poder mandar pedras á gralha?
Olhemos um bocadinho para trás, para o nosso próprio percurso e quantas vezes não reagimos, no fundo, no fundo muito assustados, ora porque também somos todos um bocadinho predadores, ora porque o exterior é perigoso tantas vezes?
E depois há sempre dentro da própria espécie, quem leva a candeia á frente assumidamente e quem se agrupa atrás. É natural.
Gostei do link.:)

CPrice disse...

.. conspiração .. (?) .. há uma qualquer teoria a respeito disso ;)