17 maio, 2010

Ministro da Constituição

Hoje ouvi na rádio que Luis Amado, um tipo que já não tinha as minhas simpatias enquanto titular dos Negócios Estrangeiros por causa do comportamento vermiforme relativamente aos famigerados voos da CIA, ao que parece, acha que Portugal devia inscrever na Constituição um limite para o déficit. Que daria um bom sinal aos mercados.

Bem... não vou repetir o que disse no post anterior relativamente aos mercados e a quem fala por eles. Mas inscrever um valor completamente conjuntural na constitução, parece-me ser das coisas mais idiotas que já ouvi.

O déficit de 3% máximo de que normalmente se fala, é um valor escolhido quando da instituição do Euro como razoável para uma politica monetária estável. Pressupõe simplesmente que os Países devem crescer 3% e assim tudo se equilibraria. O crescimento do PIB, compensaria o deficit.

É 3, como podia ser 0 ou 5. Um politico a sério, informado por economistas a sério, saberia que o déficit não é uma mera consequência de politicas públicas, é um instrumento de politica, usado para refrear ou estimular a economia.

A seguir, vem o quê? Colocar na constituição um valor para o IVA, para o IRS e para os bilhetes da Carris?

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